Heróis e arco-íris

Por Robson Loureiro

Alan Scott e seu namorado. Trecho da página que revela a homossexualidade do herói

No dia 06 de junho de 2012 o mundo tomou conhecimento da homossexualidade de mais um herói dos quadrinhos. O Lanterna Verde original Alan Scott. A revelação seria uma resposta da editora DC Comics a outro acontecimento recente das HQs. O casamento do mutante Estrela Polar com seu namorado, nas páginas da revista Astoinishing X-men nº51, da concorrente Marvel Comics.

Ambos acontecimentos seriam uma confirmação do atual estado mundial conhecido como “explosão do orgulho arco-íris”, que ganha força com a recente declaração do presidente americano Barack Obama ser a favor do casamento homossexual. Mas até que ponto tais iniciativas são realmente relevantes à comunidade gay? E seria essa uma simples moda, ou uma tendência que veio pra ficar?

A primeira pergunta tem uma resposta simples. Não. Inicialmente porque não são os únicos personagens homossexuais dos quadrinhos. A essa lista podem ser adicionados Hulkling e Wiccano (do Jovens Vingadores), e a Batwoman Katherine Kane, só para citar DC e Marvel. Além desses, outro personagem icônico deve “mudar de partido” com o roteirista responsável pela mudança do Lanterna. Em breve.

Outro motivo pelo qual tais “medidas” não chegam a fazer diferença está na própria identidade desses heróis. Nenhum deles tem verdadeira importância nos quadrinhos. Não são o Capitão América, Super-Homem ou Mulher Maravilha (se bem que ela faria sentido). O próprio Lanterna Verde vive em uma realidade paralela chamada Terra 2, e nada tem a ver com a Tropa dos Lanternas Verdes, ou Hal Jordan (personagem do filme de 2011, com Ryan Reynolds). Essas são apenas atitudes que refletem preferências de um novo público. Um certo sistema de cotas das HQs. Mas esse é um cenário que deve mudar.

Isso porque a criação de heróis homossexuais não segue apenas uma moda. Essa é a tendência para o qual nossa sociedade caminha gradualmente. Basta observar outras mídias. Seja na música, cinema, ou literatura, cada vez mais personagens gays vem se sobressaindo e ganhando espaço. O “orgulho arco-íris” vem ganhando adeptos, e a tolerância é pregada mais intensamente. Em breve, novelas globais terão personagens centrais que se relacionam com pessoas do mesmo sexo, e o tema será tratado da forma mais normal possível. Trivial. Natural. É a inclinação da política mundial hoje.

O importante disso tudo é lembrar que, você pode ser hétero ou homossexual, sem deixar de ser humano. Sem perder o direito ao respeito da sociedade. Todos queremos ser representados e não nos sentir excluídos, por isso não devem existir segregações ou preconceitos com preferências individuais. Seja feliz da forma que achar melhor, escolhendo seu próprio caminho. Tenha orgulho não apenas de sua sexualidade, mas sim de quem você é.